CAPES e USP assinam acordo de quase R$ 5 milhões para o HRAC
Serão concedidas até 48 bolsas de mestrado, 20 de doutorado e 28 de pós-doutorado para o programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Com informações da Coordenação-Geral de Comunicação Social (CGCOM/CAPES)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Universidade de São Paulo (USP) assinaram, no dia 29/12/2022, acordo de cooperação técnica de R$ 4,7 milhões para fomentar a alta formação de recursos humanos para o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho), de Bauru (SP).
A cerimônia ocorreu por videoconferência e contou com a participação de Carlos Gilberto Carlotti Júnior, reitor da USP; Niels Olsen Saraiva Câmara, pró-reitor adjunto de Pós-Graduação da USP; Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC-USP; Ivy Kiemle Trindade-Suedam, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação do HRAC-USP; Cláudia Queda de Toledo, presidente da CAPES; Júlio Píffero de Siqueira, coordenador-geral de Programas Estratégicos da CAPES; Livia Palumbo, diretora de Relações Internacionais da CAPES; e Sergio Avellar, diretor de Avaliação da CAPES.
Cláudia de Toledo afirmou que o acordo traz benefícios “não só para a CAPES e para a USP, mas para toda a sociedade. Trata-se do reconhecimento do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação do HRAC como único no mundo, passando a identificá-lo como um programa estratégico. Em nenhum local do mundo se trata lesões craniofaciais com a excelência da formação de pessoas que existe na USP de Bauru”. A presidente da CAPES elogiou a condução de Carlotti à frente da USP, “com um olhar para o HRAC desde que era pró-reitor da maior universidade do País”, e lembrou “a gestão histórica do Tio Gastão”, como é conhecido José Alberto de Souza Freitas, um dos sete fundadores e liderança do HRAC por 45 anos.
Zena Martins, diretora de Programas e Bolsas no País da CAPES, disse que “o HRAC nasceu e continua grandioso” e que “é um momento de alegria, de saber que podemos continuar com uma proposta grandiosa”.
A CAPES, que já atua no HRAC com seus programas institucionais, identificou a necessidade de apoiar de forma estratégica o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, em função de sua contribuição na formação de excelência para o país e o impacto social que apresenta. O acordo prevê investimentos ao longo de quatro anos. Dos R$ 4,7 milhões, R$ 500 mil serão destinados a recursos de custeio, R$ 43,8 mil a recursos de capital e o restante para a concessão de até 48 bolsas de mestrado, 20 de doutorado e 28 de pós-doutorado.
Atualmente, dos 124 alunos matriculados, 27 são beneficiados pelos programas institucionais da CAPES, sendo 11 de mestrado e 16 de doutorado. Com o acordo de cooperação, o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação passará a receber o financiamento dos programas estratégicos da CAPES. Para o HRAC, a ação será de extrema importância para a continuidade do trabalho de excelência, pois a falta de recursos é a principal causa de abandono do curso, apresentada por 66% dos alunos.
Carlos Gilberto Carlotti Júnior disse ter ficado “muito feliz que a CAPES tenha identificado essa excelência em Bauru” ao olhar o Programa de Pós-Graduação de forma estratégica, e acrescentou: “Tenho planos muito bons para o HRAC. Será não somente um centro de lesões craniofaciais, mas passará a ser o carro-chefe do futuro Hospital das Clínicas de Bauru (HCB), o principal instituto dentro do desenvolvimento do HCB”.
Ivy Suedam, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação do HRAC-USP, ressaltou que “trata-se de apoio nunca presenciado em nosso meio, mesmo por nossos docentes mais experientes”, e disse que o fato de o Programa ser considerado estratégico “traz responsabilidades adicionais, como aumentar o número de alunos titulados, melhorar a qualidade das pesquisas e melhorar e aumentar a qualidade e quantidade de nossas publicações”.
A investigação acadêmico-científica proporcionada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação já titulou 403 mestres e doutores de diversas partes do país. Avaliado com nota 5, tem características singulares, especialmente no atendimento local e reabilitação de anomalias craniofaciais. Interdisciplinar, o Programa recebe alunos de diferentes áreas do conhecimento de todo o país, que reproduzem essa experiência no atendimento de sua região, e se diferencia também ao considerar os critérios de solidariedade previstos pela Avaliação da CAPES, oferecendo apoio a instituições de outras regiões, principalmente Norte e Nordeste.
Sobre o HRAC
Fundado em 1967, o HRAC – reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e certificado como Hospital de Ensino pelos Ministérios da Saúde e da Educação –, também conhecido como Centrinho, é um centro de referência do país no tratamento da fissura labiopalatina, uma anomalia craniofacial que atinge uma em cada 650 crianças nascidas no Brasil. Além do atendimento a cerca de 130 mil pacientes, no local são formados profissionais de alto nível.
O HRAC recebe apoio da CAPES desde 1987, por meio de bolsas e recursos de custeio. O atendimento tem forte ligação com a investigação acadêmico-científica e técnicas desenvolvidas pelos estudantes e professores. O Hospital contribuiu com a criação do Instituto Yaçuri da Amazônia, que conta com egressos do HRAC, inclusive a diretora da instituição, que realiza, além de cirurgias de fissuras, o aconselhamento, apoio nutricional e fonoterapia, além de outros atendimentos a crianças da região.
(Imagem de capa – À esquerda: Zena Martins e Claudia de Toledo (CAPES); à direita: Ivy Suedam, Carlos Santos e Carlotti Junior (USP), durante cerimônia por videoconferência. Foto: Reprodução/CAPES)